Esta nota busca contribuir com o estudo de caso da PARI-c “Parto e
cuidado durante a pandemia”, reunindo nossos aprendizados com Pará
Yry, ou, para os jurua (não indígenas), Lurdes Benites Carlota. Guarani
Mbya nascida em uma aldeia em Chapecó (SC), ela passou sua infância na Ilha da
Cotinga, em Paranaguá (PR) e, aos nove anos, veio com sua família para a Serra do
Mar. Até os 18 anos, viveu na aldeia de Sapukai, no bairro do Brakui, em Angra dos
Reis (RJ). Quando estava grávida de seu primeiro filho, mudou-se para a aldeia do
Rio Silveira (SP), em Boracéia, onde Valéria a conheceu anos depois. As palavras
reunidas a seguir são uma edição da conversa que Pará e Valéria tiveram no dia 15 de
maio de 2021, pela câmera do celular. Pará compartilhou experiências de seu
nascimento e de seus filhos, cuidados e conhecimentos das xejaryi [as avós, ou mais
velhas conhecedoras], além de uma ponderação sobre a COVID-19.