Descrição
Como resultado de pesquisa antropológica baseada na porção brasileira da cidade
transfronteiriça entre o Brasil, o Peru e a Colômbia (Tabatinga, AM), o presente artigo
propõe uma reflexão teórico-metodológica sobre fronteiras como objeto de estudo para
as ciências sociais, a partir da relação analítica da fronteira com a rede conceitual dos
estudos antropológicos do cuidado, do gênero, da sexualidade, do corpo e dos afetos.
Busco apresentar a fronteira como uma territorialidade performativamente real,
múltipla e desdobrada em – e conectada com – muitos outros lugares, corpos e relações.
Tal exercício pode propor ou provocar deslocamentos e afinações que me parecem
necessárias nas formas como lidamos com a categoria fronteira, em particular nas suas
relações com gênero e com dinâmicas actanciais de produção social. O artigo está baseado
na reconfiguração de narrativas em que circuitos de afetos, dinâmicas de cuidado, corpos
e fronteiras são articulados para favorecer os deslocamentos buscados.