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Experimentações de Cuidado e as mulheres do Fim do Mundo (HNT5781-2022)
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Título
Experimentações de Cuidado e as mulheres do Fim do Mundo (HNT5781-2022)
Descrição
[Ementa da disciplina]
Esse curso oferece um mergulho em discussões recentes sobre o fim-do-mundo (Antropoceno, sindemia, catástrofes climáticas, guerra, colonialismo-extrativismo-desenvolvimentismo, cruzada contra a gramática de direitos, etc), desde perspectivas antropológicas, sociológicas, artísticas e filosóficas contemporâneas, bem como uma aproximação a experimentações de cuidado, de luta, sobrevivência, resistência e florescimento. A partir de experiências etnográficas, decoloniais e interseccionais sobre gênero, esse curso se propõe pensar a partir da provocadora e fabulativa figura das “mulheres do fim do mundo” como agente especial de futuro.
Buscamos cultivar com os estudantes reflexões de cunho teórico e metodológico importantes para o campo da Saúde Coletiva no presente e nos futuros porvir: como entender estes tempos catastróficos? Como produzir conhecimento desde e sobre estas sobrevivências? Como, nesses contextos, florescem redes de cuidado e sobrevivência? Como experimentar cuidados e fins de mundos? Como conhecer, registrar, comunicar, analisar quando olhamos lado a lado com corpos escatológicos? Trata-se de macro-questões de saúde pública (global, planetary, etc...), fortemente ancoradas no corpo e no local (devido principalmente à abordagem vindo da antropologia e dos saberes situados) que tem implicações diretas no campo de estudos sociais da saúde, das políticas públicas, da nutrição e da alimentação.
Atravessamos um contexto crítico e um momento único na nossa história recente; como campo disciplinar (saúde pública lato sensu), como país, como região e como planeta. Bases fundacionais do projeto civilizacional moderno vêm falindo cronicamente há mais de 4 décadas, incluindo aquelas que, em alianças difíceis, sustentaram a expansão global do capitalismo, o campo científico e as perspectivas de direitos humanos. Por outro lado, interações de adoecimentos e “perturbações físico-morais” tem se incrementado em escalas populacional e global, articulando planos individuais, sociais e ambientais na imagem de um processo sindémico planetário, e produzindo efeitos massivos -porém desiguais- de sofrimento e morte, de enriquecimento e sobrevida. Ao mesmo tempo, conhecimentos e mobilizações pluriepistemológicas, de/anti/contra-coloniais em múltiplos campos, tem se somado aos agenciamentos anti-racistas, feministas, queer, anti-especistas no intuito de construir plataformas ontoepistemológicas e (cosmo)políticas que articulem luta, cuidado e florescimento para novos mundos e novos futuros. Compreender esse contexto crítico e as formas como diversas redes sociais lidam com ele e com seus agentes, e produzem conhecimento, cuidado e futuro, é fundamental para entender implicações possíveis na Saúde Coletiva e no campo da Alimentação. Assim, essa disciplina busca favorecer o reconhecimento e a construção de insumos teóricos e metodológicos híbridos no intuito de entender o que implica habitar, comer, lutar, cuidar(-se) e prosperar no mundo contemporâneo e nos mundos por vir.
Este curso é do interesse de estudantes de pós-graduação em Saúde Pública e Nutrição em Saúde Pública que busquem aprender, discutir e criar perspectivas analíticas diversas e multissituadas sobre o contexto crítico que atravessamos e as formas possíveis de “cuidado” emergidas como experimentações desde diversos agenciamentos sociais, muitos deles abjetos e exorbitantes. De igual forma, está dirigido a estudantes interessados em pensar e imaginar crítica e construtivamente o campo da Saúde Coletiva brasileira, a saúde global e planetária.
Parcela
Categoria
Tags
cuidado | fim-do-mundo | luta | mulheres | pandemia covid-19 | sindemia
Lingua
Data
25 de agosto de 2021