Por Camila Montagner
A sétima edição dos Quintais Cosmopolíticos propõe discutir desde distintas vivências e experiências de pessoas e coletivos as resistências que emergem no território de São Paulo levando em conta o marco do Capitaloceno e as constantes ofensivas necropolíticas que criam “mundos de morte”. O evento começa às 18h no auditório Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da USP, no dia 26 de junho, com transmissão no YouTube.
A noção de necropolítica foi proposta por Achille Mbembe para dar conta de como “as armas de fogo são dispostas com o objetivo de provocar a destruição máxima de pessoas e criar ‘mundos de morte’” na atualidade, que são “formas únicas e novas de existência social nas quais vastas populações são submetidas a condições de vida que lhes conferem o estatuto de ‘mortos-vivos’”[1].
Capitaloceno é um conceito que visa explicitar estas questões e romper com o dualismo Natureza/Sociedade e explicar o desenvolvimento deste “necrossistema” e suas consequências nas relações trabalhistas, de poder, na dinâmica econômica e socioambiental, envolvendo questões interseccionais como racialidade, gênero, classe, território.
Para a composição da mesa dessa discussão convidamos Wendy Herrera, refugiada venezuelana na liderança da ocupação Veneza City, no extremo leste de São Paulo. Também compõem a mesa a doutoranda em antropologia Amanda Amparo (USP); a voluntária no grupo de extensão “Cultura e resistência indígena” e mestra em Saúde Pública, Bruna Freire; e o graduando em ciências sociais e integrante da direção estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (SP), Kaleb Fernandes (PUC-SP). Leandro Giatti, professor associado no Departamento de Saúde Ambiental da FSP-USP será o mediador do debate.
Acesse aqui o link da inscrição para receber o certificado de ouvinte.
[1] MBEMBE, Achille. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo : n-1 edições, 2018.