Entre as tendências propagadas pelos algoritmos, vender saúde nas mídias sociais se tornou uma deixa para ditar regras sobre sexualidade, corpo e gênero. Para entender como a estigmatização, as tentativas de constranger e cercear sexualidades, corpos e gêneros dissidentes ganham espaço nas plataformas de mídia digital e também como se dão iniciativas de pensar outras visibilidades e articulações, a nona edição dos Quintais Cosmopolíticos será realizada no dia 08 de outubro às 18h no anfiteatro Paula Souza da Faculdade de Saúde Pública da USP, com transmissão pelo canal do Coletive de Pesquisa em Antropologia da Saúde (FSP-USP).
O evento buscará mapear atritos que as experiências de corpos e sexualidades dissidentes fazem ao colocarem em questão as regras ditadas pelo conservadorismo e tentar entender as dificuldades de enfrentar a sua propagação. Para compor a mesa, foram convidados Ju Motter, doutor em Comunicação pela Universidade Federal da Bahia e responsável pelo projeto VelcroChoque; Simone Vedana, historiadora e graduanda em saúde pública que pesquisa masculinidades na “machosfera”; Bruna Santiago, doutoranda em história pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e criadora do projeto Leituras Pretas; e Carolina Bonomi, cientista política e doutoranda em ciências sociais na Unicamp que pesquisa autonomia, desejo e trabalho das trabalhadoras sexuais. A mediadora da conversa será a professora Cristiane Cabral, da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Os Quintais são parte da agenda do projeto Cosmopolíticas do Cuidado no Fim do Mundo, e vêm organizando encontros na Faculdade de Saúde Pública da USP desde 2024. Essa edição dos quintais propõe debater como o que as pessoas podem fazer com seus corpos online e offline, por efeito da precariedade ou em busca de prazer, no seu tempo livre ou como fonte de renda se tornaram perguntas para as quais as turbas digitais do conservadorismo se mune de respostas prontas, cada vez mais vendidas sob o véu de neutralidade da preocupação com a saúde.
